quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Apelo à autoridade (argumentum ad verecundiam)


Ainda que às vezes seja apropriado citar uma autoridade para suportar uma opinião, a maioria das vezes não o é. O apelo à autoridade é especialmente impróprio se:
1.             A pessoa não está qualificada para ter uma opinião de perito no assunto.
2.             Não há acordo entre os peritos do campo em questão.
3.             A autoridade não pode, por algum motivo ser levada a sério — porque estava brincar, estava ébria ou por qualquer outro motivo.
Uma variante da falácia do apelo à autoridade é o "ouvi dizer" ou "diz-se que". Um argumento por "ouvir dizer" é um argumento que depende de fontes em segunda ou terceira mão.
Exemplos:
1.             O famoso psicólogo Dr. Frasier Crane recomenda-lhe que compre o último modelo de carro da Skoda.
2.             O economista John Kenneth Galbraith defende que uma apertada política económica é a melhor cura para a recessão. (Apesar de Galbraith ser um perito, nem todos os economistas estão de acordo nesta questão.)
3.             Encaminhamo-nos para uma guerra nuclear. A semana passada Ronald Reagan disse que começaríamos a bombardear a Rússia em menos de cinco minutos. (Claro que o disse por piada ao testar o microfone.)
4.             Sousa disse que nunca perdoaria ao Pinto. (Trata-se de um caso de "ouvir dizer" — de facto ele apenas disse que Pinto nada tinha feito para ser perdoado.)
Prova: Mostre uma de duas coisas (ou ambas):
1.             A pessoa citada não é uma autoridade no campo em questão;
2.             Entre os especialistas não há consenso sobre o assunto discutido.

Referências: Cedarblom and Paulsen: 155; Copi e Cohen: 95; Davis: 69.


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