Ainda que às vezes seja apropriado citar uma
autoridade para suportar uma opinião, a maioria das vezes não o é. O apelo à
autoridade é especialmente impróprio se:
1.
A pessoa não está qualificada para ter uma opinião de perito no assunto.
2.
Não há acordo entre os peritos do campo em questão.
3.
A autoridade não pode, por algum motivo ser levada a sério — porque
estava brincar, estava ébria ou por qualquer outro motivo.
Uma variante da falácia do apelo à autoridade é o
"ouvi dizer" ou "diz-se que". Um argumento por "ouvir
dizer" é um argumento que depende de fontes em segunda ou terceira mão.
Exemplos:
1.
O famoso psicólogo Dr. Frasier Crane recomenda-lhe que compre o último
modelo de carro da Skoda.
2.
O economista John Kenneth Galbraith defende que uma apertada política
económica é a melhor cura para a recessão. (Apesar de Galbraith ser um
perito, nem todos os economistas estão de acordo nesta questão.)
3.
Encaminhamo-nos para uma guerra nuclear. A semana passada Ronald Reagan
disse que começaríamos a bombardear a Rússia em menos de cinco minutos. (Claro
que o disse por piada ao testar o microfone.)
4.
Sousa disse que nunca perdoaria ao Pinto. (Trata-se de um caso
de "ouvir dizer" — de facto ele apenas disse que Pinto nada tinha
feito para ser perdoado.)
Prova: Mostre uma de duas coisas (ou ambas):
1.
A pessoa citada não é uma autoridade no campo em questão;
2.
Entre os especialistas não há consenso sobre o assunto discutido.
Referências: Cedarblom and Paulsen: 155; Copi e Cohen: 95; Davis: 69.
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